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DEVOCIONAL BAM BRASIL - PROVÉRBIOS PARA NEGÓCIOS

01 – Provérbios para Negócios: A pressa é inimiga do planejamento

“De nada adianta o entusiasmo sem conhecimento; a pressa resulta em escolhas erradas.”
Provérbios 19.2

A sustentabilidade e a rentabilidade são premissas de todo negócio. Do contrário, não demorará
muito para se tornar apenas mais uma boa ideia que não deu certo. Por isso, o planejamento é
um ponto fundamental para assegurar o que pretendem tais premissas.

Duas pesquisas realizadas pelo SEBRAE 1 apontam a falta de planejamento como um dos fatores
de maior peso no fechamento de empresas brasileiras com menos de 2 anos de existência. O
curioso é que, na segunda pesquisa, o percentual maior de empresas que consideravam o
planejamento de suma importância é justamente o das que sobreviveram por menos de 2 anos.

No dia a dia, a impressão que temos é que esses números podem ser mais negativos do
mostram as pesquisas. Isso porque sabemos que, no empreendedorismo brasileiro, sobra
entusiasmo e falta planejamento. É como li certa vez: “A cultura engole a estratégia no café da
manhã”.

Mas o que pode ser feito para reverter a situação? Não há fórmula mágica e nem receita de bolo.
A resposta é simples: planejar! Dos grandes edifícios aos “puxadinhos”, ninguém, em sã
consciência, entrega a construção ao pedreiro sem um mínimo planejado. Assim se constroem
casas e assim de constroem negócios.

Agora, a qualidade do planejamento certamente refletirá na qualidade da obra. A pequena
vantagem é que, quando se trata de um negócio, alterações podem ser mais ágeis e menos
incômodas que quando se trata de um prédio. Por outro lado, no mundo dos negócios, não tem
planejamento que passe ileso à realidade cotidiana. Ainda assim, é bom não “pagar pra ver”, e
depois ter de pagar por ter visto o negócio ruir.


Perguntas para reflexão:

1 – Que grau de importância tem o planejamento do meu negócio?

2 – Planejei bem e tenho planejado constantemente a evolução do meu negócio?


[1] Link das pesquisas:
[https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/
333000e30d218194165cd787496e57f9/$File/5712.pdf](https://bibliotecas.sebrae.com.br/
chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/333000e30d218194165cd787496e57f9/$File/
5712.pdf)

[https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal Sebrae/Anexos/sobrevivencia-das-empresas-no-
brasil-102016.pdf](https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/sobrevivencia-
das-empresas-no-brasil-102016.pdf)


02 – Provérbios para Negócios: precisamos falar sobre a preguiça

“O caminho do preguiçoso é bloqueado por espinhos, mas o caminho do justo é uma estrada
aberta” – Provérbios 15:19

Ao colocar o homem no jardim “para o cultivar e guardar”, Deus tinha concluído a Criação, a terra
tinha recursos abundantes e funcionava perfeitamente. A Queda, no entanto, trouxe
consequências devastadoras para a natureza. O solo passou a produzir espinhos, ervas daninhas
e não mais respondia com a mesma fertilidade.

É curioso observar que o provérbio relacione o caminho do preguiçoso a um emaranhado de
espinhos. Isso enseja o ponto que elenquei, dentre tantos, para tratar da preguiça. Trata-se de
um mal que remete à ociosidade. Mas note que o preguiçoso, tal como descreve Provérbios, não
é aquele que não tem o que fazer, mas aquele que, mesmo tendo, dedica-se ao “ofício” de fazer
nada.

E o que tem a ver esse assunto com os negócios? Muito, se considerarmos os efeitos da Queda
na relação do homem com o trabalho. A preguiça não só habita na casa do ócio, o preguiçoso é
aquele que “nem mesmo cozinha o animal que caçou” (Pv 12.27a). Percebe-se que a preguiça é
um problema mais profundo que mero apego pela ociosidade, é um problema de ordem ética também, e torna explícita a fissura na relação do homem com o trabalho, que passa a considerá-lo como um mal necessário, apenas um meio para se obter sustento, administrando-o sob a “lei do mínimo esforço”.

No contexto do empreendedorismo, vale salientar que o antídoto da preguiça não é o ativismo,
mas a restauração da relação do empreendedor com o trabalho. Podemos encará-lo como um
mal necessário à obtenção de sustento, nos permitir a preguiça do “mínimo esforço” e ter um
caminho cheio de espinhos pela frente. Ou podemos ver o trabalho como exercício do mandato
cultural, encontrando alegria e satisfação, mesmo no duro trabalho que está em nossas mãos.
Cultivar e guardar, para que os espinhos não entravem o caminho, sim, assegura uma estrada
aberta diante de nós.


Perguntas para reflexão:

1 – Como identifico o trabalho: um mal necessário ou o exercício do mandato cultural?

2 – Que ações posso desenvolver para difundir em meus negócios uma visão correta do
trabalho?


04 – Provérbios para Negócios: Custos e responsabilidade

“Um estábulo sem bois permanece limpo, mas é a força do boi que provê a colheita farta.”
Provérbios 14:4

A essa altura, você já deve ter percebido que os temas abordados nos últimos devocionais têm
um tom mais pessoal que corporativo. Isso se deve ao fato de que a cultura interna de todo
negócio, e que ele propaga no Mercado, tem origem no indivíduo, naquele que transforma ideias
em trabalho efetivo, o empreendedor. Se no ecossistema BAM levamos negócios a sério, muito
mais consideramos aqueles que os criam, administram, fomentam.

Na pesquisa já mencionada anteriormente1, problemas de gestão são aliados à falta de
planejamento na causa mortis das empresas brasileiras com menos de 2 anos. Se a pressa é
inimiga do planejamento, a recusa em calcular e assumir os custos do negócio é adversária da
responsabilidade inerente à gestão.

E aqui é o ponto de encontro dos temas abordados anteriormente: o planejamento, a preguiça e
o trabalho. Se você já tem alguma experiência como gestor, sabe que planejamento é tarefa
constante na gestão de uma empresa. Sabe também que a preguiça e a diligência figuram um
constante conflito no dia a dia do negócio. Vence o leão que mais for alimentado.

Mais do que assumir responsabilidade ética, cabe ao empreendedor assumir responsabilidade
sobre as implicações práticas do negócio. Mais claro que o provérbio, impossível. Todo negócio
tem seus custos, seja em dinheiro, energia, tempo ou qualquer outra coisa importante na
equação. Contudo, melhor que um estábulo limpo é uma colheita farta.

Uma vez compreendido isso, convém aplicar constância:

“Tome conhecimento do estado de suas ovelhas e dedique-se a cuidar de seus rebanhos, pois a riqueza não dura para sempre” – Provérbios 27.23-24a


Perguntas para reflexão:

1) O quanto conheço e cuido da estrutura do meu negócio?

2) Estou disposto a assumir os custos de uma boa gestão?


[1] Link da pesquisa:
[https://bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/
333000e30d218194165cd787496e57f9/$File/5712.pdf](https://bibliotecas.sebrae.com.br/
chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/333000e30d218194165cd787496e57f9/$File/
5712.pdf)


05 – Provérbios para Negócios: Prosperarão aqueles que trabalham

“Quem planeja bem e trabalha com dedicação prospera; quem se apressa e toma atalhos fica pobre.” – Provérbios 21.5

Vimos, no último devocional, que o antídoto da preguiça não é o ativismo. Em outras palavras,
não é apressar o fluxo de atividades com a finalidade de obter resultados exponenciais.

Não que obter excelentes resultados seja, em si, algo ruim. Mas já reparou que nos tornamos
uma geração afeita por produtividade, cujos indicadores de sucesso consistem em dados de
status e alta performance?

Nossos conceitos de vocação e propósito estão cada vez mais associados a isso, tornando
viciosa nossa relação com trabalho, recursos e riqueza. Estabelecemos “linhas-de-chegada”
audaciosas e justificamos, com relativismo e racionalização, os meios para alcançá-las.

Perceba, contudo, que as Escrituras não se opõem à geração de riqueza, tampouco reforçam a
pretensa espiritualidade daqueles que fingem aversão ao dinheiro para aparentar um
“cristianismo sadio”. Parafraseando Jesus, digo que estes, em sua pobreza evidente, “já
receberam sua recompensa”.

Segundo o texto-base deste devocional, prosperar não é um fim em si mesmo, mas
consequência de um trabalho feito com dedicação e bom planejamento. A pressa, por outro lado,
é a estratégia do preguiçoso, que toma atalhos por se recusar a trabalhar com diligência.

O trabalho já era uma realidade antes da Queda, apenas se tornou árduo após. E é justamente
nas dores do trabalho que se tornam oportunos os atalhos. Isto, aliado ao senso de necessidade
e desejo vicioso que ecoa na alma humana desde o estelionato da serpente, torna o prêmio
finalidade e não consequência.

Voltamos, portanto, ao ponto: nossa percepção e relação com o trabalho. Do que se trata senão
de prestar culto ao Deus a quem tudo pertence, cultivando e guardando a terra que Ele nos deu,
para nela sermos férteis, múltiplos, habitantes, governantes e competentes em todo o trabalho
que está em nossas mãos?


Perguntas para reflexão:

  1. Prosperar é a finalidade última do meu negócio ou uma consequência de trabalho
    cuidadosamente planejado?
  2. Que indicativos mostram que meu negócio é um exercício do mandato cultural nos dias
    atuais?