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DEVOCIONAL BAM BRASIL - SÉRIE: SE JESUS FOSSE CEO

01 | Introdução

DEVOCIONAL BAM BRASIL #. Série: Se Jesus fosse CEO

Inspirada no título do livro de Bob Moffitt e Karla Tesch, “Se Jesus fosse prefeito” (2004), esta
série de devocionais é uma moderada provocação ao cristão empreendedor. Se Jesus fosse
CEO, como seria sua relação com as pessoas envolvidas em seu negócio? Como seria a postura
de sua empresa? Qual seria a relevância e a extensão de seu impacto histórico e social?

Sem forçar o texto bíblico ou usá-lo por conveniência, a série traz princípios fundamentais da
obra de Cristo em sua primeira vinda e inspira o cristão empreendedor a refletir sobre a aplicação
desses princípios em seu negócio.

A série também reforça a ideia de que, mesmo que o Messias não tenha vindo ao mundo a
negócios, sua conduta é o padrão para todo cristão envolvido na missão de Deus, seja ele um
pastor, um empresário ou os dois.

Sem a pretensão de fornecer respostas prontas ou definitivas para todas as questões, a
sequência de devocionais propõe que, “olhando para o autor e consumador de sua fé”, o cristão
empreendedor se perceba participante da missão de Deus não só quando direciona recursos
para fins missionários, ou quando estampa versículos, termos bíblicos e jargões evangélicos nos
elementos publicitários de sua empresa, mas em fazer negócios sob a palavra poderosa daquele
que afirma: “quem crê em mim fará as mesmas obras que tenho realizado, e até maiores”.

Se, ao fim desta série, você for inspirado a enxergar nas pessoas suas histórias em vez de números, a focar mais na entrega que no resultado, a deixar um legado maior que a herança e a enxergar o impacto global que as ações locais de seu negócio pode provocar, terá valido a pena escrever cada linha destes devocionais, e você perceberá que não perdeu um minuto sequer em tê-las lido.


Refletindo e aplicando:

1) É possível encontrar nas ações de Jesus atitude aplicável à gestão de negócios?

2) Que passos práticos posso dar para aplicar essa atitude em meu negócio?


02 | Pessoas não seriam números

#. Se Jesus fosse CEO, pessoas não seriam números

Nos altares da produtividade, ofertam-se números. “A meta foi batida?”, “Quanto lucramos este
mês?”, “Quantos novos clientes?”, são algumas das cobranças diárias em um negócio. Quem
melhor responder a elas, leva o prêmio.

Performance e resultado são atributos inerentes aos negócios. Portanto, não se deve abraçar um
delírio puritano de tentar abolir tais atributos, ou batizá-los com nomes que façam jus à
conveniência. Todo empreendedor que se preze performa em busca do melhor resultado. Faz
parte do jogo e, inclusive, da missão.

A questão, no entanto, está no que definimos como resultado e, principalmente, em como o
buscamos. É nessa esteira, por exemplo, que costumamos confundir valores e, em busca de
determinados resultados, atribuímos valor às metas em detrimento do valor das pessoas
envolvidas no processo para alcançá-las.

Quando isso acontece, pessoas se tornam números, meios, meros recursos. E é de suma
importância tratarmos de recursos humanos como capacidades e habilidades de pessoas, e não
pessoas como recursos. O mesmo vale para clientes e parceiros de negócios. Do contrário, o
valor das pessoas se restringirá à sua utilidade, e só.

Não é o que vemos no trato de Jesus com os que cruzaram seu caminho. A missão clara de
anunciar que “o reino dos céus está próximo” e de morrer em favor dos pecadores não foi
cumprida, em um aspecto sequer, sem tratar as pessoas como pessoas, não como números.

Enquanto curandeiros da religião cristã hoje se orgulham dos números em seus cultos, Jesus viu
a aflição de uma mulher excluída do convívio social por 12 anos de sua vida, percebendo-a no
tumulto que o cercava. Enquanto gestores de igrejas se gabam da receita recorde do mês, o
Dono do mundo preocupou-se em acolher os discípulos para uma última ceia, mesmo que em
um cenáculo emprestado.

Certamente, na maior parte relatada de sua vida, Jesus não foi um homem de negócios, mas o
“como” lidou com as pessoas enquanto cumpria a missão que lhe fora delegada vale tanto para
o profeta quanto para o empreendedor. E nesse sentido, se Jesus fosse CEO, as pessoas não
seriam números, teriam identidades, teriam histórias.


Refletindo e aplicando:

1) Em uma escala de valores, em que posição as pessoas estão em relação aos resultados em
meu negócio?

2) Que medidas práticas posso tomar para tratar com as pessoas em seu devido valor nessa escala?


03 | A entrega precederia o ganho

#. Se Jesus fosse CEO, a entrega precederia o ganho

O que é mais importante na dinâmica de um negócio, o processo ou o resultado? A resposta
mais honesta à pergunta é que ambos têm grande importância, de modo que não há resultado
satisfatório sem um processo bem implementado, e não há um processo bem implementado sem
um resultado pretendido. Nesse sentido, há que se falar não no que é mais importante, mas no
que é precedente. E, neste caso, é o processo.

Na prática, contudo, prezamos mais pelo resultado que pelo processo, o que nos deixa
vulneráveis a distrações que podem comprometer não só este como aquele. Isso também afeta
nossa sobriedade quanto à realidade e nos coloca em risco de frustrar nossos clientes,
colaboradores e, no fim das contas, a nós mesmos.

Em sua missão, Jesus focou mais no processo que no resultado. Como se percebe nos
evangelhos, de acordo com cada situação, ele viu, ouviu, falou, tocou, sentiu, enfim, se entregou.
E, como é do conhecimento dos que aguardam a Consumação, o resultado ainda está em curso.
Isso, contudo, não foi causa de preguiça, descaso, desânimo, procrastinação ou qualquer outra
coisa que afetasse sua missão. Naquilo a que foi enviado a cumprir, Jesus é o maior exemplo de
que antes do ganho vem a entrega, de que antes do lucro vem o trabalho, e bem executado. O
prêmio que lhe estava proposto custou caro, a própria vida, e uma vida inteira mortificando a si
mesmo.

O que nos impede, portanto, de cumprir a missão que nos foi confiada, imitando aquele que nos
enviou? Isto é determinante para Business As Mission, que cooperemos com a missão de Deus
com inteireza de coração e a consciência de que, tendo Deus garantido de antemão uma herança
aos santos, antes do prêmio vem o empenho. Assim se cumpre a missão, assim fazemos
negócios.


Refletindo e aplicando:

1) Em meu empreendimento, me preocupo mais com o ganho ou estou focado no processo que
o antecede?

2) Que medidas práticas posso tomar para otimizar os processos do meu negócio?

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04 | Mais que uma herança, deixaria um legado

#. Se Jesus fosse CEO, mais que herança, deixaria um legado

Apesar de vermos, com certa frequência, negócios falindo ou encerrando atividades,
concordamos que todo empreendedor constrói um negócio para durar, pelo menos, por um
tempo razoável.

O fato é que existem inúmeras variáveis que interferem na durabilidade do negócio. Quem
empreende sabe disso, mas não hesita em trabalhar para fazer o que melhor sabe: transformar
em desenvolvimento efetivo o potencial das boas ideias.

E a despeito da atual romantização do empreendedorismo, os fatos, tal como ocorrem debaixo
do sol, desvendam uma jornada de tentativa e erro, onde nenhum planejamento, por mais
acurado que seja, sobrevive ileso ao contato com a realidade. Como vimos no último devocional,
a missão de empreender exige entrega total, é tudo ou nada.

Mas para quem será tudo o que tem sido construído com tamanho esforço? E tão importante
quanto, o que deixaremos de fato, uma herança ou um legado?
A diferença entre um e outro está no fato de que a herança não se compromete com a perpetuidade, ela é o que é, pouco ou muito. E assim, é usufruída, sem que se pretenda estendê-la a uma geração posterior. Já não é assim quanto ao legado, pois este faz-se perpétuo por natureza. Inspira continuidade, ainda que cem gerações o ignorem e a herança tenha se esvaído.

Em Jesus, temos não só uma herança, mas um legado que sobreviveu por 20 séculos e se
mostra cada vez mais vivo no século atual. Bendito seja aquele que disse “obras maiores farão”,
pois é caminhando sobre sua palavra poderosa que temos, ao longo dos séculos, anunciado
evangelho, promovido a paz, exercido a justiça, sobrevivido à secularização do pensamento,
comido, bebido e empreendido para a glória do Nome que ostenta o legado que carregamos.

Nossos negócios, portanto, para quem serão e o que para eles hão de deixar?


Refletindo e aplicando:

1) Qual é o legado que o meu negócio tem construído para as próximas gerações?

2) Sobre que fundamentos tem sido essa construção?


05 | O negócio seria glocal

#. Se Jesus fosse CEO, o negócio seria glocal*

“Pensar globalmente e agir localmente” é um mantra do momento. Mas o desconforto que se
tem pelo gosto estranho de algumas pessoas por frases de efeito não anula as muitas verdades e
bons conceitos contidos em alguns desses bordões.

A frase em questão tem total sentido, e apesar de ter se popularizado recentemente, teve sua
formulação pelo sociólogo alemão Ulrich Beck no final do século XX. Desde então, o conceito
tem sido aplicado em diversos contextos, como ambiental, industrial, comercial, dentre outros.
Em essência, significa ter uma perspectiva global, ao passo que as ações devem ser eficazes no
contexto específico em que se atua.

Com o perdão pelo anacronismo, que se faz útil aqui, penso que não há, em toda a história,
pessoa que tenha sido mais glocal(global + local) do que Jesus. Não só na própria conduta, mas
na essência de sua missão. Lembre-se que ele veio para salvar o mundo, mas o alvo de sua
mensagem na sua primeira vinda – expressamente declarado em Mateus 15.24 – eram “as
ovelhas perdidas da casa de Israel”.

Foi se dedicando a 12 discípulos e a pouco mais de 120 seguidores na região da Judeia e
Samaria que Jesus fundou o mais duradouro e global “empreendimento” da história, a Igreja,
feita não de pedras e concreto, mas de pessoas pelas quais ele se entregou fervorosamente,
deixando um legado que resiste ao longo dos séculos e firme estará até o fim, em Jerusalém e
nos confins da terra.

Que somente o Nazareno tem essa capacidade, todos sabemos. Mas vale lembrar que é sob seu
poder e autoridade que por ele fomos enviados.

Em outros termos, não sabemos quantas safras há em uma semente, mas sabemos do potencial
que ela carrega. Antes de colher, é preciso semear. Se fazemos negócios como missão, não
devemos duvidar de que “o mundo é pequeno para quem o enxerga além de si
mesmo” (Anderson Bomfim).


Refletindo e aplicando:

1) Que impacto o meu negócio pode causar para além do contexto local?

2) Em que uma perspectiva global pode contribuir para as ações locais do meu negócio